Tuesday, August 21, 2012

Seus olhos refletem o arco-iris e és tudo o que posso ver.
Seu sorriso embreaga meus pensamentos, tens o poder de trazer o céu à terra.
Sua voz é tudo o que posso ouvir, fecho meus ouvidos para o mundo.
Seu cheiro é mais doce do que o de qualquer flor, és a própria primavera. 
És a minha verdade absoluta.

Me dá uma vontade louca de morrer.


Ouvindo: Rainbow - Rainbow Eyes
Pensando: ... 

Friday, June 03, 2011

Doce promessa.

Não sei o que é. Simplesmente não sei.

A dor que sinto em meu peito, aparentemente sem razão, tão profunda quanto o mais escuro dos abismos, o abismo que fizemos.

Viro para o lado à olhá-lo, dorme como um anjo, dorme como quem já morreu. Sua pele está fria e indiferente ao meu toque. Desde quando esse abismo ficou tão grande?

Lembro-me de um dia, há muito tempo atrás, quando lhe prometi que faria de tudo para tirá-lo desta escuridão maldita em que te colocaram. Lembro-me também que você riu de minha promessa. Fui tão estupido assim?

Você diz que não o entendo, que jamais entenderei. Não há nada de mau em não ser forte o tempo todo, sei que às escondidas chora como uma criança. Você ri novamente.


Encolhe-se em meio aos lençóis alvos. O vento frio que sacode as cortinas não é nada comparado a sua indiferença. Se continuar assim o final de nossa história não será bonito.

Toco-lhe gentilmente, meus dedos deslizam por sua silhueta, não há reação de sua parte. Suspiro. Se pelo menos eu tivesse alguma chance de te alcançar neste momento.

Viro-me inquieto, de costas para você tento me acalmar, mas realmente este silencio me enlouquece. Talvez eu não seja a pessoa certa para estar ao seu lado, talvez eu realmente jamais o entenderei, mas se ao menos eu tivesse alguma chance de acabar com a sua dor.

Viro-me novamente, você está a me olhar. Seus dedos tocam gentilmente minha face, desenhando cada traço de meu rosto. Seus olhos transparecem a mais profunda tristeza. A proporção que este abismo tomou, desde quando ficou tão grande assim? Pare de prolongar esta luta. Porque dói em mim também.

Diante do escuro abismo que fizemos,
beijo-lhe as pontas dos dedos.

Thursday, December 17, 2009

Contagem regressiva.

A arma está em minhas mãos. A bala é fria.


Minha cabeça queima, situações problemáticas como esta sempre me fizeram tremer.


Somos apenas seres vivos, desarmados e fracos, meu coração palpita estupidamente alto e a adrenalina corre por meu corpo. Quero simplesmente sair daqui.


Ao seu sinal, eu vou puxar o gatilho.


O som de um tiro, a razão de eu estar olhando para toda a minha existência. Quero simplesmente sumir.


Olho para você, minhas bochechas queimam.


A arma estava em minhas mãos.


A bala é rápida.

Thursday, January 08, 2009

Às duas horas em ponto, em frente a estação de trem.

"Este mundo é rodeado por uma membrana de piche negro e o lugar onde realmente almejo ir é muito acima desta escuridão, então tenho que tentar voar o mais alto possível. Simplesmente e não menos importante, estou de mãos atadas, o vazio em meu peito beira o insuportável e os pensamentos que caminham em minha mente nem ao menos penam em fazer sentido. Já ouviu um absurdo desses? Alguém que se perde em si mesmo, em sua própria mediocridade... Alguém que só se salvará pelas mãos de outro...

Outro... Tão fino, tão pálido... Que sorri suavemente... Como eu poderia sequer desejar que nossos olhares se cruzassem, sendo que a única coisa para a qual só tenho olhos é o meu egoísmo vazio? Chame meu nome então, pois, mesmo que eu não queira voltar minha face para quem o diz, meu corpo moverá-se inconscientemente.

As maçãs de meu rosto queimavam em um calor agradável e a escuridão parecia aliviar-se ligeiramente para um tom de cinza. Olhava-me como alguém superior e exageradamente falando, olhava-me como uma presença divina que aparecera única e excluvamente para me levar ao mundo que tanto almejo, aquele fora dessa escuridão toda... Faça-me voar então...


Este mundo está transbordando com coisas das quais eu não preciso. Quando tomar coragem o suficiente para me desprender e alçar voo, vou levá-lo para longe comigo, a única coisa que realmente me importa. O meu coração que estará vazio até então preencherá-se rapidamente... E de todas as palavras do mundo, lhe direi apenas aquelas que quase nunca são ditas... Repita-as para mim então...

Há muito fui embora sem dizer aos outros onde me encontrar, sempre acreditando que viveria e morreria sem ninguém saber que ao menos cheguei a existir... Mas, você me notou, pegou-me pelo braço... Forçou-me então a escolhe-lo como meu único pilar de sustentação, em uma cidade desconhecida, sob um céu desconhecido... Disse querer me fazer sorrir, disse querer me fazer feliz, disse também querer saber tudo e mais que isso sobre mim. Disse querer me levar para longe, e que em suma somos iguais.


Jamais sorrirei de modo tão suave como você o faz, não tenho nada a lhe oferecer em troca... Este sempre foi o meu argumento vencedor. Percebi suas sobrancelhas arquearem suavemente, chamou-me de tolo, insistiu em suas vontades minuto após minuto, venceu-me pelo cansaço, ou melhor, venceu após beijar-me delicadamente... Pois bem, será feito como quiseres, sempre e para sempre...


E se me tocares novamente com suas mãos quentes, prometo mostrar-lhe todo o meu lado miserável..."



Ouvindo: Pela centésima vez, aquele solo de baixo que me inspira.
Pensando: Quero dinheiro.

Monday, September 15, 2008

A kind of paradise.


"E então você me diz que se pudesse voar, nunca mais desceria. Volta então seus olhos para o céu azul, ignora-me.


Você tem que aprender o que é a tristeza, e ainda está aprendendo o que é a dor. Novamente, ignora-me, fecha teus olhos, deita-se sob as flores rosadas. A brisa que sopra bagunça levemente seus cabelos. Encontro o meu tipo de paraíso ao ve-lo sorrir. Nunca esteve tão belo para mim.


Abre seus olhos e, novamente, você me diz que se pudesse voar nunca mais desceria. Você ainda só tem olhos para aquele céu azul. Irrito-me, você fica a me fitar curioso, não entende o porque de minha reação. Ao menos não está mais a me ignorar, digo-lhe. Você ri, uma gargalhada gostosa e acolhedora.


Cruza os braços por trás de sua cabeça, cruza as pernas, fecha teus olhos novamente, mas agora ostenta um lindo sorriso em sua face, combinando perfeitamente com seu ar singelo e despreocupado. Suspiro, longa a sofridamente. Está coberto por pétalas de cerejeira.


Senta-se então, puxa-me pela barra de minhas vestes, oferece-me delicamente um lugar ao teu lado. Ignoro-te. Chama-me pelo meu nome. Não lhe dou resposta. Seu sorriso desaparece, dando lugar a uma expressão séria, levanta-se. Uma de suas mãos vem delicadamente de encontro à minha face, coro levemente, sua outra mão puxa-me para mais perto pela cintura. Beija-me, seus lábios são macios e quentes.


A brisa que sopra leva consigo as pétalas de flor de cerejeira que caem da copa das árvores, seu aroma embreaga, entorpece. Este momento poderia ser eterno, não sinto mais o mundo em minha volta, até que você me solta. Olha em meus olhos, sorri. Encontramos o nosso tipo de paraíso no desabrochar das flores.


Certa vez você havia me dito, que o céu podia ser como uma pessoa, às vezes radiante, às vezes triste e nublado, às vezes encantador, às vezes assustador... Mas havia somente um motivo para apreciar mais o céu do que uma companhia real... O céu, por mais que mudasse de estado de espírito, sempre teria olhos para você quando o fitasse, e, por onde quer que passasse, poderia olhar sem preocupação para ele, pois a reciproca sempre seria verdadeira.

Senta-te de novo em meio às flores, oferece-me delicadamente um lugar ao seu lado. Eu aceito, você me abraça, seu cheiro é tão bom quanto o perfume das pétalas que pairam em meio a suave e espasmada brisa, entorpece-me, porém, no final das contas, eu sei que sua atenção não está totalmente voltada para mim.



Você só tem olhos para o céu azul."







Pensando: Dia lindo.

Ouvindo: Strangers.




Saturday, September 06, 2008

"Volto minha face para cima, fecho meus olhos por um instante, suspiro longa e cansadamente.

Não há nada, nem ninguém por perto e as estrelas dispostas aleatoriamente sob o céu negro nunca estiveram tão radiantes. Fecho meus olhos novamente... Inspiro, ainda há aquele cheiro que não quer se esvair. Nem com a brisa fria e densa que sopra.

Acendo o último cigarro, o gosto de sangue em minha garganta não é pior do que o ódio que sinto. A fumaça da primeira tragada é tão densa quanto a fria brisa que sopra. Ao menos sei que ao terminar estarei mais um passo próximo de você.

A herança maldita que me deixou. Deito-me sobre seu túmulo, fantaseio histórias e relembro os dias bons que passamos juntos, rio de suas mancadas e de suas graças. A terra aqui em cima de voce é fofa e quente. Me sinto protegido e acolhido, como você sempre o fez.

Apago o cigarro em meu pulso, a dor não se compara com o misto de sentimentos em meu peito, queria poder acabar com tudo isso, queria apenas gritar. Dizer o quanto voce me amaldiçoou, e o quanto eu sinto apesar de tudo. Em poucas palavras.


Apenas dou os passos restantes."


Pensando: não gostei... de novo.
Ouvindo: Hurt you so bad.

Wednesday, April 16, 2008

"Não passavam apenas de sorrisos falsos que escondiam fraquezas, os daquelas pessoas trajadas em seda e cetim que, com seus olhos escondidos sob máscaras douradas ostentavam falso luxo, enquanto dançavam movendo-se circularmente pelo iluminado salão ao som da mesma melodia de todos os longos dias de suas existências.
Pobre daquelas almas, que por trás de seus falsos sorrisos, não sentiam absolutamente nada, anestesiados pelo deslumbre e futilidade.
A marcha fúnebre estendeu-se então, até o último amanhcer."
Pensando: Tenho que fazer curativo no gato.
Ouvindo: Miados delicados, miados irritados.